quarta-feira, 28 de junho de 2017

Dificuldades Ortográficas Comuns

Houve ou Houveram

Houve problemas. Houve mudanças. Houve feridos. Houve reclamações. O verbo haver enquanto verbo impessoal, com sentido de existir, é conjugado apenas na 3ª pessoa do singular (houve), independente da restante frase dizer no plural ou no singular. Assim, está errado dizer: Houveram feridos. Houveram dificuldades.
Exemplos:
Houve muitas pessoas interessadas na vaga de emprego.
Houve dificuldades na implementação do novo projeto.
Houve (como verbo sentido existir) conjuga na 3ªpessoa do singular.

A forma conjugada “houveram” tem uma utilização muito reduzida, estando apenas correta a conjugação do verbo haver se apresenta com sentido equivalente ao verbo ter: eles tiveram/eles houveram.
Exemplos:
Semana passada, ele houve de ir conversar com o diretor sobre suas funções.
Semana passada, eles houveram de ir conversar com o diretor sobre suas funções.
Houve de acontecer essa situação para que você me desse valor.
Houveram de acontecer essas situações para que você me desse valor. 

Faz ou Fazem

O verbo “fazer” não se altera quando ele estiver indicando tempo decorrido (ou seja: o verbo é impessoal). Portanto, devemos dizer “faz dois meses”, “Faz cinco anos”, etc.

Entre eu e você ou entre mim e você?

De acordo com a norma culta, após as preposições emprega-se a forma obliqua dos pronomes pessoais. Veja:
Isso fica entre eu e ela. (Errado)
1. Isso fica entre mim e ela. (Certo) ou
2. Isso fica entre mim e ti.
Os pronomes do caso oblíquo exercem função de complemento, enquanto os pronomes pessoais do caso reto, de sujeito. Observe:
1. Ela olhou para mim com os olhos amorosos (olhou para quem? Complemento mim).
2. Por favor, traga minha roupa para eu passar (quem irá praticar a ação de passar? Sujeito: eu.).

Pronome Oblíquo

São chamados átomos os pronomes oblíquos que não são Precedidos de preposições.

(Eu) me
(Tu) te
(Ele/ela) o, a, lhe
(Nós) nos
(Vós) vos
(Eles/elas) os, as, lhes

Pronome Oblíquo Tonico

Os pronomes oblíquos tônicos são sempre precedidos de preposições, como: a, para, de e com.
Os pronomes tônicos exercem a função de objeto indireto na oração.

(Eu): mim, comigo
(Tu): ti, contigo
(Ele/ela): ele, ela
(Nós): nos, convosco
(Vós): convosco
(Eles/elas): eles, elas

Aonde (Movimento) ou onde (Lugar, sem ideia de movimento)

Na realidade, existe sim uma forma correta de se empregar esses termos, mas não como foi usado no texto acima. Confira a explicação:
Aonde é a soma de dois vocábulos: a preposição A e o adverbio ONDE. A palavra é usada com os verbos que dão ideia de movimento e equivale sempre (pode ser substituído) a “para onde”.
Exemplos:
Aonde você vai
Aonde chegou a violência urbana?
Sendo assim, com os verbos que NÃO dão a ideia de movimento usa-se a palavra ONDE.


EMPREGO DOS PORQUÊS

POR QUE

 A forma por que é a sequência de uma preposição (por) e um pronome interrogativo (que). Equivale a “por qual razão”, por “por qual motivo”:
Exemplos:
Desejo saber por que você voltou tão tarde para casa.
Por que você comprou este casaco?
Há casos em que Por que representa a sequência preposição + pronome relativo, equivalendo a “pelo qual” ou alguma de suas flexões (pela qual, pelos quais, ´pelas quais).
Exemplos:
Estes são os direitos por que estamos lutando.
O túnel por que passamos existe há muitos anos.

POR QUÊ

Caso surja no final de uma frase, imediatamente antes de um ponto (final, de interrogação, de exclamação) ou de reticências, a sequência deve ser grafada porquê, pois, devido á posição na frase, o monossílabo “que” passa a ser Tônico.
Exemplos:
Estudei bastante ontem à noite. Sabe por quê?
Será deselegante se você perguntar novamente por quê!

PORQUE

A forma porque é uma conjunção, equivalendo a pois, já que, uma vez que, como. Costuma ser utilizado em respostas, para explicação ou causa.
Exemplos:
Vou ao supermercado porque não temos mais frutas.
Você veio até aqui porque não conseguiu telefonar?

PORQUÊ

A forma porquê representa um substantivo. Significa “causa”, “razão”, “motivo” e normalmente surge acompanhada de palavra determinante (artigo, por exemplo).
Exemplos:
Não consigo entender o porquê de sua ausência.
Existem muitos porquês para justificar esta atitude.
Você não vai à festa? Diga-me ao menos um porquê.

Crase




Exercício Em Classe - Orações Coordenadas Sindéticas

1- O período composto por coordenação é retratado por orações que não mantém dependência sintática entre elas, isto é, somente são ligadas pelo uso da conjunção. Assim sendo, demonstre seu conhecimento elaborando uma oração para cada modalidade solicitada.

a) Aditiva
     Não fui para escola, nem copiei a matéria.

b) Adversativa
     Eu estudei muito, mas fui mal na prova.

c) Alternativa
     Resolva o exercício agora ou mais tarde.

d) Explicativa
     Tirei 10 na prova, pois acertei todos os exercícios.

e) Conclusiva
     Não acertou todos os exercícios, por isso não ficou com 10 na prova.

2- Classifique as frase as seguir em:
  • Coordenada Explicativa;
  • Coordenada Aditiva;
  • Coordenada Alternativa;
  • Coordenada Adversativa.
a) Não fomos ao aniversário, porém trouxemos o presente.
     Coordenada Adversativa.

b) Ou tentas se qualificar melhor, ou serás demitido.
     Coordenada Alternativa.

c) Conseguimos obter um ótimo resultado, pois nos esforçamos bastante.
     Coordenada Explicativa.

d) Viajamos muito e estamos exaustos.
     Coordenada Aditiva.

3- Análise as orações expostas e procure construir períodos compostos por coordenação utilizando-se de conectivos apropriados. Atenha-se para as alterações que se fizerem necessárias:

a) Não me esforcei muito. Obtive um bom resultado.
     Não me esforcei muito, mas obtive um bom resultado.

b) Precisamos nos apressar. O voo já está quase partindo
     Precisamos nos apressar, pois o voo já está quase partindo.

c) Ora tem uma opinião. Ora outra.
     Ora tem uma opinião, ora outra.

d) Não comparecemos a estréia do filme. Estávamos trabalhando.
     Não comparecemos a estréia do filme, porque estávamos trabalhando.

e) O acidente foi terrível. Não houve vítimas fatais.

     O acidente foi terrível, porém não houve vítimas fatais.

f) Mariana estuda. Mariana toca no coral de sua igreja.

     Ora Mariana estuda, ora Mariana toca no coral de sua igreja.


Período Composto

Coordenação e Subordinação

Quando um período é simples, a oração de que é constituído recebe o nome de oração absoluta.
Por Exemplo:
A menina comprou chocolate.
Quando um período é composto, ele pode apresentar os seguintes esquemas de formação:
a)      Composto Por Coordenação: Ocorre quando é constituído apenas orações independentes, coordenadas entre si, mas sem nenhuma dependência sintática.
Por Exemplo:
Saímos de manhã e voltamos à noite.
b)     Composto Por Subordinação: Ocorre quando é constituído de um conjunto de pelo menos duas orações, em que uma delas (Subordinada) depende sintaticamente da outra (Principal).
Por Exemplo:

Período Composto Por Coordenação

Já sabemos que num período composto por coordenação as orações são independentes e sintaticamente equivalentes.
Observe:
As luzes apagam-se, abrem-se as cortinas e começa o espetáculo.
O período é composto de três orações:
As luzes apagam-se, (Oração Principal)
 abrem-se as cortinas (Oração Assindética)
 e começa o espetáculo. (Oração Sindética)
As orações, no entanto, não mantêm entre si dependência gramatical, são independentes. Existe entre elas, evidentemente, uma relação de sentido, mas do ponto de vista sintático uma não depende da outra. A essas orações independentes dá-se o nome de orações coordenadas, que podem ser assindéticas ou sindéticas.
A conexão entre as duas primeiras é feita exclusivamente por uma pausa, representada na escrita por uma vírgula. Entre a segunda e a terceira, é feita pelo uso da conjunção “e”. As orações coordenadas que se ligam umas às outras apenas por uma pausa, sem conjunção, são chamadas assindéticas. É o caso de “As luzes apagam-se,” e “abrem-se as cortinas”. As orações coordenadas introduzidas por uma conjunção são chamadas de sindéticas. No exemplo acima, a oração “e começa o espetáculo.” é coordenada sindética, pois é introduzida ela conjunção coordenativa “e”.

Classificação Das Orações Coordenadas Sindéticas

De acordo com o tipo de conjunção que as introduzem, as orações coordenadas sindéticas pode ser: aditivas, adversativas, alternativas conclusivas ou explicativas.
Aditivas: Expressam idéia de adição, acrescentamento. Normalmente indicam fatos, acontecimentos ou pensamentos dispostos em sequência. As conjunções coordenativas aditivas típicas são “e” e “nem”. Introduzem as orações coordenadas sindéticas aditivas.
Por Exemplo:
Discutimos várias propostas e analisamos possíveis soluções.
Obs: Como a conjunção “nem” tem o valor da expressão “ e não”, condena-se na língua culta a forma “ e nem” para introduzir orações aditivas.
Por Exemplo:
Não discutimos várias propostas, nem (= e não) analisamos quaisquer soluções.
Adversativas: Exprimem fatos ou conceitos que se opõem ao que se declara na oração coordenada anterior, estabelecendo contraste ou compensação. “Mas” é a conjunção adversativa típica. Além dela, empregam-se: porém, contudo, todavia, entretanto e as locuções no entanto, não obstante, nada obstante. Introduzem as orações coordenadas sindéticas adversativas.
Exemplos:
“O amor é difícil, mas pode luzir em qualquer ponto da cidade.”
(Ferreira Gullar)
O país é extremamente rico; O povo, porém, vive em profunda miséria.
Tens razão, contudo controle-se.
Renata gostava de cantar, todavia não agradava.
O time jogou muito bem, entretanto não conseguiu a vitória.
Alternativas: Expressam idéia de alternância de fatos ou escolha. Normalmente é usada a conjunção “ou”. Além dela empregam-se também os pares: ora...ora, já...já, quer... quer, seja...seja, etc. Introduzem as orações coordenadas sindéticas alternativas.
Exemplos:
Diga agora ou cale-se para sempre.
Ora age com calma, ora trata a todos com muita aspereza.
Estarei lá, quer você permita, quer você não permita.
Conclusivas: Exprimem conclusão ou consequência referentes à oração anterior. As conjunções típicas são logo, portanto e pois. Usa-se ainda: então, assim, por isso, por conseguinte, de modo que, em vista disso, etc. Introduzem as orações coordenadas sindéticas conclusivas.
Não tenho dinheiro, portanto não posso pagar.
A situação econômica é delicada; devemos, pois, agir cuidadosamente.
O time venceu, por isso está classificado.
Aquela substância é tóxica, logo deve ser manuseada cuidadosamente.
Explicativas: Indicam uma justificativa ou uma explicação referente ao fato expresso na declaração anterior. As conjunções que merecem destaque são: que, porque e pois. Introduzem as orações coordenadas sindéticas explicativas.
Exemplos:
Vou embora, que cansei de esperá-lo.
Vinícius devia estar cansado, porque estudo o dia inteiro.
Cumprimente-o, pois hoje é seu aniversário.
                 

quinta-feira, 1 de junho de 2017

Dissertação

Dissertação (do latim disertatio ou dissertatione) é uma modalidade de redação ou composição, escrita em prosa ou apresentada de forma oral, sobre um tema sobre o qual se devem apresentar e discutir argumentosprovasexemplos etc. Nos meios universitários, equivale à tese, diferenciando-se no entanto desta pelo volume de material: a dissertação seria o material que envolvesse poucas páginas (até o limite de 100), enquanto a tese rotularia os textos que ultrapassassem esse número. Já pelo aspecto qualitativo, a dissertação pressupõe a capacidade de aplicação de um método de análise e interpretação, enquanto a tese implica a originalidade do tema ou da abordagem à luz da qual é exposta e discutida.

Estrutura

Dentro da dissertação, podem existir descrições, narrações, comparações etc. e também a interferência do autor por meio de digressões e parênteses explicativos, como, por exemplo, a obra Os Rougon-Macquart, do escritor naturalista Émile Zola.
Comumente, o texto dissertativo escolar é composto por 3 partes:
  •  Introdução: apresentação da ideia principal de acordo com o tema.
  • Desenvolvimento: a parte onde desenvolve-se o argumento.
  • Conclusão: o resumo das ideias discutidas, o resultado final.

Tipos De Dissertação

Dissertação Expositiva

É a modalidade de texto explicativa sem a intenção de convencer o leitor, debater, polemizar ou contestar posições diferentes.
Exemplo:
A velha controvérsia sobre o comportamento dos viciados em entorpecentes — simples criminosos, ou doentes que necessitam de tratamento — voltou à discussão no fim da semana passada, depois que o Presidente Costa e Silva assinou decreto-lei alterando o artigo 281 do Código Penal, que legisla sobre o tráfico e uso de entorpecentes.
—Revista Veja, O vício passa a ser crime com a nova lei, 1 de janeiro de 1969, p. 19

Dissertação Argumentativa

É modalidade de texto que tenta convencer o leitor sobre algo com base em raciocínio e evidências de provas. A dissertação argumentativa não dá espaço para o leitor ter suas próprias conclusões uma vez que a conclusão já se encontra no texto, de modo que a única possibilidade de interpretação é a aceitação da conclusão proposta por parte do autor. Este tipo de redação é a base que mantém o discurso forense por sua natureza persuasiva.

Quanto ao ponto de vista do autor presente na dissertação argumentativa, temos, ainda, os seguintes tipos de dissertação: 

  • Dissertação Subjetiva
Quando o autor se envolve claramente no texto ao expressar suas ideias e usar verbos na primeira pessoa.
Exemplo:
O texto aprovado na Câmara, a meu ver, vai saturar ainda mais o já superlotado e caótico sistema carcerário do país e atravancar ainda mais o judiciário. Estamos às vésperas de sediar uma Copa do Mundo e Olimpíadas e enquanto a polícia poderia continuar concentrando esforços em garantir a segurança da população brasileira e turistas, bem como levar à justiça criminosos de maior periculosidade, se a nova lei for aprovada no Senado e sancionada pela presidente Dilma, certamente obrigará as forças policiais a reprimir novamente os usuários.
—Ronald Sanson Stresser Junior, A nova Lei de Drogas, Site Observatório da imprensa, 04/06/2013 na edição 749

  • Dissertação Objetiva 

Quando o autor usa verbos na terceira pessoa defendendo conceitos conhecidos ou universais, já expressos anteriormente por outros. É o tipo de dissertação comumente pedido em provas de concursos.
Exemplo:
Fez há pouco tempo 30 anos que Edwin Schur pretendeu demonstrar, num livro que se tornou célebre na literatura científica criminológica (Edwin Schur, Crimes Without Victims, 1965), que o Estado carece de legitimação para intervir com o arsenal punitivo em situações que se traduzam na permuta, sem coação e entre adultos, de bens ou serviços escassos que, embora muito procurados, são penalmente proibidos.
—Jorge de Figueiredo Dias, uma proposta alternativa ao discurso da criminalização/descriminalização das drogas, Site do Instituto Baiano de Direito Processual Penal
Estrutura da Dissertação, Introdução - Resumo para o ENEM: Redação | Descomplica







quinta-feira, 18 de maio de 2017

Os Tipos De Redação

Há três tipos de redação: a dissertação, a narração, e a descrição. Essa divisão é meramente didática, pois, em um texto, um único autor pode usar os três tipos de redação, se julgar que os três gêneros facultam-lhe uma forma mais clara e eficiente para o que ele quer comunicar. Dificilmente serão encontrados textos puramente dissertativos, narrativos ou descritivos. A divisão que usamos a seguir visa apenas fazer-lhe um lembrete sobre algumas predominâncias da linguagem em cada um dos tipos de redação a que acabamos de nos referir.

Texto Descritivo

O texto descritivo é um tipo de texto que envolve a descrição de algo, seja de um objeto, pessoa, animal, lugar, acontecimento, e sua intenção é, sobretudo, transmitir para o leitor as impressões e as qualidades de algo.
Em outras palavras, o texto descritivo capta as impressões, de forma a representar a elaboração de um retrato, como uma fotografia revelada por meio das palavras.

Para tanto, alguns aspectos são de suma importância para a elaboração desse tipo textual, desde as características físicas e/ou psicológicas do que se pretende analisar, a saber: cor, textura, altura, comprimento, peso, dimensões, função, clima, tempo, vegetação, localização, sensação, localização, dentre outros.

Características

  • Retrato verbal
  • Ausência de ação e relação de anterioridade ou posterioridade entre as frases;
  • Predomínio de substantivos, adjetivos e locuções adjetivas;
  • Utilização da enumeração e comparação;
  • Presença de verbos de ligação;
  • Verbos flexionados no presente ou no pretérito (passado);
  • Emprego de orações coordenadas justaposta.

Estrutura Descritiva

A descrição apresenta três passos para a construção:

  1. Introdução: apresentação do que se pretende descrever;
  2. Desenvolvimento: caracterização subjetiva ou objetiva da descrição;
  3. Conclusão: finalização da apresentação e caracterização de algo.

Tipos De Descrição 

Conforme a intenção do texto, as descrições são classificadas em:
  • Descrição Subjetiva: apresenta as descrições de algo, todavia, evidencia as impressões pessoais do emissor (locutor) do texto. Exemplos são nos textos literários repletos de impressões dos autores.
  • Descrição Objetiva: nesse caso, o texto procura descrever de forma exata e realista as características concretas e físicas de algo, sem atribuir juízo de valor, ou impressões subjetivas do emissor. Exemplos de descrições objetivas são os retratos falados, manuais de instruções, verbetes de dicionários e enciclopédias.
Exemplos: 
Descrição Subjetiva

“Ficara sentada à mesa a ler o Diário de Notícias, no seu roupão de manhã de fazenda preta, bordado a sutache, com largos botões de madrepérola; o cabelo louro um pouco desmanchado, com um tom seco do calor do travesseiro, enrolava-se, torcido no alto da cabeça pequenina, de perfil bonito; a sua pele tinha a brancura tenra e láctea das louras; com o cotovelo encostado à mesa acariciava a orelha, e, no movimento lento e suave dos seus dedos, dois anéis de rubis miudinhos davam cintilações escarlates.” (O Primo Basílio, Eça de Queiroz)

Descrição Objetiva 
"A vítima, Solange dos Santos (22 anos), moradora da cidade de Marília, era magra, alta (1,75), cabelos pretos e curtos; nariz fino e rosto ligeiramente alongado."

Texto Narrativo

Narração é um tipo de texto que esboça as ações de personagens num determinado tempo e espaço. A estrutura do texto narrativo é composta de:
  • Apresentação
  • Desenvolvimento
  • Clímax
  • Desfecho.

Os Elementos Da Narrativa 

  • Narrador - Quem narra a história. Dividem-se em: narrador-observador; narrador personagem e narrador- onisciente.
  • Enredo - É a estrutura da narrativa, ou seja, a trama em que se desenrolam as ações. Pode ser: Enredo Linear, Enredo Não linear, Enredo Psicológico e Enredo Cronológico.
  • Personagens - São aqueles que compõem a narrativa. São classificadas em Personagens Principais (Protagonista e Antagonista) e Personagens Secundários(Adjuvante ou Coadjuvante).
  • Tempo - Marcação do tempo, data, momento, dentro da narrativa. O tempo pode ser Cronológico ou Psicológico.
  • Espaço - Local(is) onde a narrativa se desenvolve. Podem ocorrer num Ambiente Físico, Ambiente Psicológico ou Ambiente Social. 

Tipos De Narrador 

  • Narrador-Personagem - A história é narrada em 1ª pessoa no qual o narrador é um personagem e participa da história;
  • Narrador-Observador - Narrado em 3ª pessoa, esse tipo de narrador conhece os fatos porém, não participa da ação;
  • Narrador-Onisciente - Esse narrador conhece todos os personagens e a trama. Nesse caso, a história é narrada em 3ª pessoa e quando apresenta fluxo de pensamentos dos personagens, a ação é narrada em 1ª pessoa.

Tipos De Discuso Narrativo 

  • Discurso Direto - No discurso direto, a própria personagem fala;
  • Discurso Indireto - No discurso indireto o narrador interfere na fala da personagem. Em outras palavras, é narrado em 3ª pessoa uma vez que não aparece a fala da personagem;
  • Discurso Indireto Livre - No discurso indireto-livre há intervenções do narrador e das falas dos personagens. Nesse caso, funde-se o discurso direto com o indireto.
Exemplos:

Discurso Direto 

Discuso Indireto



Discurso Indireto Livre




  • Alguns tipos de narrativas são: Romance, Novela, Conto, Crônica e Fábula.












**P.S. - Texto Dissertativo - Na Próxima Postagem... 





quinta-feira, 27 de abril de 2017

A Estrutura De Uma Redação

A Forma E O Conteúdo

Um grande sábio já disse: organização é o segredo para atingir o sucesso. Brincadeira, inventei essa frase agora, mas ela não deixa de ser verdade. Assim, se você quer arrasar na redação, uma das primeiras coisas que deve aprender é a organizar e estruturar o seu texto. Não é difícil.
Primeiro, vamos entender como a dissertação funciona. Ela é dividida em três partes: a introdução, o desenvolvimento e a conclusão.



Introdução

É a parte do texto em que se coloca a ideia-chave, o assunto da dissertação. A partir da ideia principal é que se desenvolve o resto do texto, onde você pode justificar e apresentar fatos que comprovem sua tese.
Atenção: A tese não deve ser confundida com o tema. Ela é uma proposição sobre o tema, um posicionamento claro e fácil de ser absorvido pelo leitor, em torno da qual se desenvolvem os argumentos que tentam comprová-la.

Desenvolvimento

Os parágrafos de desenvolvimento são os que vão dar sustentação à tese apresentada na introdução. É esse o momento de justificar, demonstrar, provar as declarações feitas na introdução. Os parágrafos de desenvolvimento devem ser marcados pela progressão, ou seja, o texto deve ser construído de forma que vá apresentando novas informações, claras e pertinentes. Ou seja, nada de enrolação ou de repetição desnecessária do que já foi dito! Para facilitar sua argumentação, você pode separar o desenvolvimento de cada ideia em um parágrafo diferente.
Mas além de apresentar fatos que fundamentem a sua dissertação, é importante que você também aponte argumentos contrários e que aponte porque, de acordo com a sua tese, eles não são verdadeiros. Afinal, dissertação não é um artigo de opinião, o que significa que as opiniões contrárias também devem ser consideradas.

Conclusão

Parte final do texto. Mas é preciso que uma coisa fique clara: concluir não é simplesmente “terminar” o texto. A conclusão é feita de comentários que confirmam os aspectos desenvolvidos nos parágrafos anteriores. É o momento de oferecer uma solução ou demonstrar algum tipo de expectativa em relação à sua tese e ao assunto como um todo.
Atenção: a conclusão não é o momento de levantar questionamentos que não tenham sido esclarecidos nos parágrafos argumentativos, portanto EVITE frases interrogativas.
Com essas instruções em mente, o segredo do planejamento da redação é já saber exatamente o que vai abordar em cada parágrafo antes mesmo de iniciar o texto. Além disso, compreender quantas linhas você vai ter para desenvolver cada argumento é absolutamente vital para você saber de quanto espaço dispõe para expor cada ideia. Pesquisamos um esquema básico do Guia Do Estudante, ideal para uma redação de 30 linhas. Veja:


Mas calma! Só porque colocamos aqui que é um esquema ideal, não significa que você precise seguir à risca as quantidades de linhas. Essa orientação é apenas para auxiliar quem estiver perdido e não souber bem quanto espaço utilizar para cada parte do texto.
Fique ligado: O texto bem sucedido constitui um “todo” significativo, ou seja, uma unidade de sentido. Cada parte do texto só faz sentido se colocada junto às outras. Não se trata de reunir fragmentos isolados. Dentro do texto, os elementos devem estabelecer ligação com as partes, ou seja, cada parágrafo precisa estar relacionado imediatamente com o seu anterior, e com o restante. Isso se chama coesão, tanto no sentido gramatical quanto no sentido do conteúdo.

A Unidade Básica Do Texto

A Estrutura Do Parágrafo

Escrever uma redação pode ser um exercício árduo, pelo menos para boa parte das pessoas. Infelizmente, ainda não somos uma sociedade que valoriza o hábito da leitura, comportamento fundamental para quem quer ser um escritor eficiente. Ler todos os tipos e gêneros textuais ainda é a alternativa mais aconselhada para atingir a proficiência na modalidade escrita e também na modalidade oral, haja vista que a leitura melhora significamente a comunicação.
Para ajudá-lo(a) a estruturar melhor o seu texto, apresentamos agora algumas dicas sobre o parágrafo. Quem nunca ficou em dúvida sobre a paragrafação de um texto? A verdade é que essa é uma dúvida recorrente e persistente, mas que pode ser facilmente solucionada com algum treino e dedicação. Para começar nossas dicas de redação, é importante que você saiba que o parágrafo é um dos elementos mais importantes de um texto e pode ser considerado a “alma” de qualquer redação. Quando um texto prescinde de uma paragrafação adequada, certamente ele ficará confuso, desorganizado e estruturalmente comprometido, falhas imperdoáveis principalmente para quem escreve uma redação em concursos e vestibulares.

O Parágrafo

O parágrafo é organizado em torno de uma ideia-núcleo, que é desenvolvida por ideias secundárias. O parágrafo pode ser formado por uma ou mais frases, sendo seu tamanho variável. No texto dissertativo-argumentativo, os parágrafos devem estar todos relacionados com a tese ou ideia principal do texto, geralmente apresentada na introdução.
Embora existam diferentes formas de organização de parágrafos, os textos dissertativo-argumentativos e alguns gêneros jornalísticos apresentam uma estrutura-padrão. Essa estrutura consiste em três partes: a ideia-núcleo, as ideias secundárias (que desenvolvem a ideia-núcleo) e a conclusão (que reafirma a ideia-básica). Em parágrafos curtos, é raro haver conclusão.

Conheça a estrutura-padrão a seguir, observando sua organização interna:

  • (ideia-núcleo) A poluição que se verifica principalmente nas capitais do país é um problema relevante, para cuja solução é necessária uma ação conjunta de toda a sociedade.
  • (ideia secundária) O governo, por exemplo, deve rever sua legislação de proteção ao meio ambiente, ou fazer valer as leis em vigor; o empresário pode dar sua contribuição, instalando filtro de controle dos gases e líquidos expelidos, e a população, utilizando menos o transporte individual e aderindo aos programas de rodízio de automóveis e caminhões, como já ocorre em São Paulo.
  • (conclusão) Medidas que venham a excluir qualquer um desses três setores da sociedade tendem a ser inócuas no combate à poluição e apenas onerar as contas públicas.

Em suma, note que todo o parágrafo se organiza em torno do primeiro período, que expõe o ponto de vista do autor sobre como combater a poluição. O segundo período desenvolve e fundamenta a ideia-núcleo, apontando como cada um dos setores envolvidos pode contribuir. O último período conclui o parágrafo, reforçando a ideia-núcleo.
Outro aspecto que merece especial atenção são os elementos relacionadores, isto é, os conectores ou conetivos. Eles são responsáveis pela coesão do texto e tornam a leitura mais fluente; visam a estabelecer um encadeamento lógico entre as ideias e servem de “elo” entre o parágrafo, ou no interior do período, e o tópico que o antecede. Saber usá-los com precisão, tanto no interior da frase, quanto ao passar de um enunciado para outro, é uma exigência também para a clareza do texto. Sem esses conectores – pronomes relativos, conjunções, advérbios, preposições, palavras denotativas – as ideias não fluem, muitas vezes o pensamento não se completa, e o texto torna-se obscuro, sem coerência.


Exemplo de um parágrafo e suas divisões


“Nesse contexto, é um grave erro a liberação da maconha. Provocará de imediato violenta elevação do consumo. O Estado perderá o precário controle que ainda exerce sobre as drogas psicotrópicas e nossas instituições de recuperação de viciados não terão estrutura suficiente para atender à demanda. Enfim, viveremos o caos.”
(Alberto Corazza, Isto É, com adaptações)

Elemento relacionador : Nesse contexto.
Tópico frasal: é um grave erro a liberação da maconha.
Desenvolvimento: Provocará de imediato violenta elevação do consumo. O Estado perderá o precário controle que ainda exerce sobre as drogas psicotrópicas e nossas instituições de recuperação de viciados não terão estrutura suficiente para atender à demanda.
Conclusão: Enfim, viveremos o caos.


Dicas de redação: A estrutura do parágrafo

Dica 1: É primordial que você entenda que o parágrafo deve ser constituído de apenas uma ideia, que aqui chamaremos de ideia-núcleo. A partir da ideia-núcleo serão desenvolvidas ideias secundárias que deverão estabelecer relação dialógica com a ideia principal;
Dica 2: As ideias desenvolvidas em cada parágrafo devem estar relacionadas com a ideia principal do texto, que geralmente é apresentada na introdução; caso contrário, seu texto transformar-se-á em um amontoado de argumentos sem qualquer tipo de ligação uns com os outros, efeito para lá de indesejado;
 Dica 3: Para iniciar seu parágrafo, apresente o tópico frasal. Mas o que é um tópico frasal? O tópico frasal nada mais é do que a frase inicial de cada parágrafo, frase que resumirá a ideia a ser desenvolvida. É importante que o tópico frasal seja conciso e objetivo, composto, no máximo, por duas ou três orações, característica que facilitará o desenvolvimento da ideia central;
 Dica 4: Um tópico frasal longo pode ocultar a palavra-chave do parágrafo. A palavra-chave é aquela palavra de peso que norteará o desenvolvimento das ideias. Se o seu tópico frasal for vago, isto é, apresentar múltiplas palavras-chave, provavelmente você terá dificuldades para encontrar a palavra principal, que será responsável por levar adiante a ideia central;
Dica 5: E quanto ao tamanho ideal de um parágrafo? Bom, não existe uma regra que determine que um parágrafo deva ter uma quantidade exata de frases, tampouco uma regra que estipule seu número de linhas, mesmo porque existem parágrafos que são constituídos por uma única frase. Mas se você tem dificuldades para encontrar um tamanho ideal, três frases é um número satisfatório;
Dica 6: Existem diferentes formas de organização de parágrafos, contudo, nos textos dissertativo-argumentativos e também em alguns gêneros do universo jornalístico, os parágrafos geralmente seguem uma estrutura-padrão. Essa estrutura é constituída por três partes: a ideia-núcleo, as ideias secundárias (que desenvolvem a ideia-núcleo) e a conclusão (que reafirma a ideia-núcleo). Vale lembrar que, em parágrafos curtos, dificilmente haverá conclusão;
Dica 7: Os parágrafos existem para dar um intervalo entre um assunto e outro dentro do mesmo tema. Quando você perceber que um parágrafo deixou de desenvolver sua ideia-núcleo, é hora de finalizá-lo e iniciar outro;
Dica 8: Se ao final de seu texto você perceber que acabou misturando ideias diferentes em um mesmo parágrafo, não se desespere: tenha paciência e reestruture-os. Lembre-se de que o processo de reescrita é fundamental para quem quer escrever bons textos.


(Obra consultada: MOURA, Fernado. Nas Linhas e Entrelinhas, 6ª edição, 2004. Ed.Vestcon)

Dificuldades Ortográficas Comuns

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