quarta-feira, 28 de junho de 2017

Dificuldades Ortográficas Comuns

Houve ou Houveram

Houve problemas. Houve mudanças. Houve feridos. Houve reclamações. O verbo haver enquanto verbo impessoal, com sentido de existir, é conjugado apenas na 3ª pessoa do singular (houve), independente da restante frase dizer no plural ou no singular. Assim, está errado dizer: Houveram feridos. Houveram dificuldades.
Exemplos:
Houve muitas pessoas interessadas na vaga de emprego.
Houve dificuldades na implementação do novo projeto.
Houve (como verbo sentido existir) conjuga na 3ªpessoa do singular.

A forma conjugada “houveram” tem uma utilização muito reduzida, estando apenas correta a conjugação do verbo haver se apresenta com sentido equivalente ao verbo ter: eles tiveram/eles houveram.
Exemplos:
Semana passada, ele houve de ir conversar com o diretor sobre suas funções.
Semana passada, eles houveram de ir conversar com o diretor sobre suas funções.
Houve de acontecer essa situação para que você me desse valor.
Houveram de acontecer essas situações para que você me desse valor. 

Faz ou Fazem

O verbo “fazer” não se altera quando ele estiver indicando tempo decorrido (ou seja: o verbo é impessoal). Portanto, devemos dizer “faz dois meses”, “Faz cinco anos”, etc.

Entre eu e você ou entre mim e você?

De acordo com a norma culta, após as preposições emprega-se a forma obliqua dos pronomes pessoais. Veja:
Isso fica entre eu e ela. (Errado)
1. Isso fica entre mim e ela. (Certo) ou
2. Isso fica entre mim e ti.
Os pronomes do caso oblíquo exercem função de complemento, enquanto os pronomes pessoais do caso reto, de sujeito. Observe:
1. Ela olhou para mim com os olhos amorosos (olhou para quem? Complemento mim).
2. Por favor, traga minha roupa para eu passar (quem irá praticar a ação de passar? Sujeito: eu.).

Pronome Oblíquo

São chamados átomos os pronomes oblíquos que não são Precedidos de preposições.

(Eu) me
(Tu) te
(Ele/ela) o, a, lhe
(Nós) nos
(Vós) vos
(Eles/elas) os, as, lhes

Pronome Oblíquo Tonico

Os pronomes oblíquos tônicos são sempre precedidos de preposições, como: a, para, de e com.
Os pronomes tônicos exercem a função de objeto indireto na oração.

(Eu): mim, comigo
(Tu): ti, contigo
(Ele/ela): ele, ela
(Nós): nos, convosco
(Vós): convosco
(Eles/elas): eles, elas

Aonde (Movimento) ou onde (Lugar, sem ideia de movimento)

Na realidade, existe sim uma forma correta de se empregar esses termos, mas não como foi usado no texto acima. Confira a explicação:
Aonde é a soma de dois vocábulos: a preposição A e o adverbio ONDE. A palavra é usada com os verbos que dão ideia de movimento e equivale sempre (pode ser substituído) a “para onde”.
Exemplos:
Aonde você vai
Aonde chegou a violência urbana?
Sendo assim, com os verbos que NÃO dão a ideia de movimento usa-se a palavra ONDE.


EMPREGO DOS PORQUÊS

POR QUE

 A forma por que é a sequência de uma preposição (por) e um pronome interrogativo (que). Equivale a “por qual razão”, por “por qual motivo”:
Exemplos:
Desejo saber por que você voltou tão tarde para casa.
Por que você comprou este casaco?
Há casos em que Por que representa a sequência preposição + pronome relativo, equivalendo a “pelo qual” ou alguma de suas flexões (pela qual, pelos quais, ´pelas quais).
Exemplos:
Estes são os direitos por que estamos lutando.
O túnel por que passamos existe há muitos anos.

POR QUÊ

Caso surja no final de uma frase, imediatamente antes de um ponto (final, de interrogação, de exclamação) ou de reticências, a sequência deve ser grafada porquê, pois, devido á posição na frase, o monossílabo “que” passa a ser Tônico.
Exemplos:
Estudei bastante ontem à noite. Sabe por quê?
Será deselegante se você perguntar novamente por quê!

PORQUE

A forma porque é uma conjunção, equivalendo a pois, já que, uma vez que, como. Costuma ser utilizado em respostas, para explicação ou causa.
Exemplos:
Vou ao supermercado porque não temos mais frutas.
Você veio até aqui porque não conseguiu telefonar?

PORQUÊ

A forma porquê representa um substantivo. Significa “causa”, “razão”, “motivo” e normalmente surge acompanhada de palavra determinante (artigo, por exemplo).
Exemplos:
Não consigo entender o porquê de sua ausência.
Existem muitos porquês para justificar esta atitude.
Você não vai à festa? Diga-me ao menos um porquê.

Crase




Exercício Em Classe - Orações Coordenadas Sindéticas

1- O período composto por coordenação é retratado por orações que não mantém dependência sintática entre elas, isto é, somente são ligadas pelo uso da conjunção. Assim sendo, demonstre seu conhecimento elaborando uma oração para cada modalidade solicitada.

a) Aditiva
     Não fui para escola, nem copiei a matéria.

b) Adversativa
     Eu estudei muito, mas fui mal na prova.

c) Alternativa
     Resolva o exercício agora ou mais tarde.

d) Explicativa
     Tirei 10 na prova, pois acertei todos os exercícios.

e) Conclusiva
     Não acertou todos os exercícios, por isso não ficou com 10 na prova.

2- Classifique as frase as seguir em:
  • Coordenada Explicativa;
  • Coordenada Aditiva;
  • Coordenada Alternativa;
  • Coordenada Adversativa.
a) Não fomos ao aniversário, porém trouxemos o presente.
     Coordenada Adversativa.

b) Ou tentas se qualificar melhor, ou serás demitido.
     Coordenada Alternativa.

c) Conseguimos obter um ótimo resultado, pois nos esforçamos bastante.
     Coordenada Explicativa.

d) Viajamos muito e estamos exaustos.
     Coordenada Aditiva.

3- Análise as orações expostas e procure construir períodos compostos por coordenação utilizando-se de conectivos apropriados. Atenha-se para as alterações que se fizerem necessárias:

a) Não me esforcei muito. Obtive um bom resultado.
     Não me esforcei muito, mas obtive um bom resultado.

b) Precisamos nos apressar. O voo já está quase partindo
     Precisamos nos apressar, pois o voo já está quase partindo.

c) Ora tem uma opinião. Ora outra.
     Ora tem uma opinião, ora outra.

d) Não comparecemos a estréia do filme. Estávamos trabalhando.
     Não comparecemos a estréia do filme, porque estávamos trabalhando.

e) O acidente foi terrível. Não houve vítimas fatais.

     O acidente foi terrível, porém não houve vítimas fatais.

f) Mariana estuda. Mariana toca no coral de sua igreja.

     Ora Mariana estuda, ora Mariana toca no coral de sua igreja.


Período Composto

Coordenação e Subordinação

Quando um período é simples, a oração de que é constituído recebe o nome de oração absoluta.
Por Exemplo:
A menina comprou chocolate.
Quando um período é composto, ele pode apresentar os seguintes esquemas de formação:
a)      Composto Por Coordenação: Ocorre quando é constituído apenas orações independentes, coordenadas entre si, mas sem nenhuma dependência sintática.
Por Exemplo:
Saímos de manhã e voltamos à noite.
b)     Composto Por Subordinação: Ocorre quando é constituído de um conjunto de pelo menos duas orações, em que uma delas (Subordinada) depende sintaticamente da outra (Principal).
Por Exemplo:

Período Composto Por Coordenação

Já sabemos que num período composto por coordenação as orações são independentes e sintaticamente equivalentes.
Observe:
As luzes apagam-se, abrem-se as cortinas e começa o espetáculo.
O período é composto de três orações:
As luzes apagam-se, (Oração Principal)
 abrem-se as cortinas (Oração Assindética)
 e começa o espetáculo. (Oração Sindética)
As orações, no entanto, não mantêm entre si dependência gramatical, são independentes. Existe entre elas, evidentemente, uma relação de sentido, mas do ponto de vista sintático uma não depende da outra. A essas orações independentes dá-se o nome de orações coordenadas, que podem ser assindéticas ou sindéticas.
A conexão entre as duas primeiras é feita exclusivamente por uma pausa, representada na escrita por uma vírgula. Entre a segunda e a terceira, é feita pelo uso da conjunção “e”. As orações coordenadas que se ligam umas às outras apenas por uma pausa, sem conjunção, são chamadas assindéticas. É o caso de “As luzes apagam-se,” e “abrem-se as cortinas”. As orações coordenadas introduzidas por uma conjunção são chamadas de sindéticas. No exemplo acima, a oração “e começa o espetáculo.” é coordenada sindética, pois é introduzida ela conjunção coordenativa “e”.

Classificação Das Orações Coordenadas Sindéticas

De acordo com o tipo de conjunção que as introduzem, as orações coordenadas sindéticas pode ser: aditivas, adversativas, alternativas conclusivas ou explicativas.
Aditivas: Expressam idéia de adição, acrescentamento. Normalmente indicam fatos, acontecimentos ou pensamentos dispostos em sequência. As conjunções coordenativas aditivas típicas são “e” e “nem”. Introduzem as orações coordenadas sindéticas aditivas.
Por Exemplo:
Discutimos várias propostas e analisamos possíveis soluções.
Obs: Como a conjunção “nem” tem o valor da expressão “ e não”, condena-se na língua culta a forma “ e nem” para introduzir orações aditivas.
Por Exemplo:
Não discutimos várias propostas, nem (= e não) analisamos quaisquer soluções.
Adversativas: Exprimem fatos ou conceitos que se opõem ao que se declara na oração coordenada anterior, estabelecendo contraste ou compensação. “Mas” é a conjunção adversativa típica. Além dela, empregam-se: porém, contudo, todavia, entretanto e as locuções no entanto, não obstante, nada obstante. Introduzem as orações coordenadas sindéticas adversativas.
Exemplos:
“O amor é difícil, mas pode luzir em qualquer ponto da cidade.”
(Ferreira Gullar)
O país é extremamente rico; O povo, porém, vive em profunda miséria.
Tens razão, contudo controle-se.
Renata gostava de cantar, todavia não agradava.
O time jogou muito bem, entretanto não conseguiu a vitória.
Alternativas: Expressam idéia de alternância de fatos ou escolha. Normalmente é usada a conjunção “ou”. Além dela empregam-se também os pares: ora...ora, já...já, quer... quer, seja...seja, etc. Introduzem as orações coordenadas sindéticas alternativas.
Exemplos:
Diga agora ou cale-se para sempre.
Ora age com calma, ora trata a todos com muita aspereza.
Estarei lá, quer você permita, quer você não permita.
Conclusivas: Exprimem conclusão ou consequência referentes à oração anterior. As conjunções típicas são logo, portanto e pois. Usa-se ainda: então, assim, por isso, por conseguinte, de modo que, em vista disso, etc. Introduzem as orações coordenadas sindéticas conclusivas.
Não tenho dinheiro, portanto não posso pagar.
A situação econômica é delicada; devemos, pois, agir cuidadosamente.
O time venceu, por isso está classificado.
Aquela substância é tóxica, logo deve ser manuseada cuidadosamente.
Explicativas: Indicam uma justificativa ou uma explicação referente ao fato expresso na declaração anterior. As conjunções que merecem destaque são: que, porque e pois. Introduzem as orações coordenadas sindéticas explicativas.
Exemplos:
Vou embora, que cansei de esperá-lo.
Vinícius devia estar cansado, porque estudo o dia inteiro.
Cumprimente-o, pois hoje é seu aniversário.
                 

quinta-feira, 1 de junho de 2017

Dissertação

Dissertação (do latim disertatio ou dissertatione) é uma modalidade de redação ou composição, escrita em prosa ou apresentada de forma oral, sobre um tema sobre o qual se devem apresentar e discutir argumentosprovasexemplos etc. Nos meios universitários, equivale à tese, diferenciando-se no entanto desta pelo volume de material: a dissertação seria o material que envolvesse poucas páginas (até o limite de 100), enquanto a tese rotularia os textos que ultrapassassem esse número. Já pelo aspecto qualitativo, a dissertação pressupõe a capacidade de aplicação de um método de análise e interpretação, enquanto a tese implica a originalidade do tema ou da abordagem à luz da qual é exposta e discutida.

Estrutura

Dentro da dissertação, podem existir descrições, narrações, comparações etc. e também a interferência do autor por meio de digressões e parênteses explicativos, como, por exemplo, a obra Os Rougon-Macquart, do escritor naturalista Émile Zola.
Comumente, o texto dissertativo escolar é composto por 3 partes:
  •  Introdução: apresentação da ideia principal de acordo com o tema.
  • Desenvolvimento: a parte onde desenvolve-se o argumento.
  • Conclusão: o resumo das ideias discutidas, o resultado final.

Tipos De Dissertação

Dissertação Expositiva

É a modalidade de texto explicativa sem a intenção de convencer o leitor, debater, polemizar ou contestar posições diferentes.
Exemplo:
A velha controvérsia sobre o comportamento dos viciados em entorpecentes — simples criminosos, ou doentes que necessitam de tratamento — voltou à discussão no fim da semana passada, depois que o Presidente Costa e Silva assinou decreto-lei alterando o artigo 281 do Código Penal, que legisla sobre o tráfico e uso de entorpecentes.
—Revista Veja, O vício passa a ser crime com a nova lei, 1 de janeiro de 1969, p. 19

Dissertação Argumentativa

É modalidade de texto que tenta convencer o leitor sobre algo com base em raciocínio e evidências de provas. A dissertação argumentativa não dá espaço para o leitor ter suas próprias conclusões uma vez que a conclusão já se encontra no texto, de modo que a única possibilidade de interpretação é a aceitação da conclusão proposta por parte do autor. Este tipo de redação é a base que mantém o discurso forense por sua natureza persuasiva.

Quanto ao ponto de vista do autor presente na dissertação argumentativa, temos, ainda, os seguintes tipos de dissertação: 

  • Dissertação Subjetiva
Quando o autor se envolve claramente no texto ao expressar suas ideias e usar verbos na primeira pessoa.
Exemplo:
O texto aprovado na Câmara, a meu ver, vai saturar ainda mais o já superlotado e caótico sistema carcerário do país e atravancar ainda mais o judiciário. Estamos às vésperas de sediar uma Copa do Mundo e Olimpíadas e enquanto a polícia poderia continuar concentrando esforços em garantir a segurança da população brasileira e turistas, bem como levar à justiça criminosos de maior periculosidade, se a nova lei for aprovada no Senado e sancionada pela presidente Dilma, certamente obrigará as forças policiais a reprimir novamente os usuários.
—Ronald Sanson Stresser Junior, A nova Lei de Drogas, Site Observatório da imprensa, 04/06/2013 na edição 749

  • Dissertação Objetiva 

Quando o autor usa verbos na terceira pessoa defendendo conceitos conhecidos ou universais, já expressos anteriormente por outros. É o tipo de dissertação comumente pedido em provas de concursos.
Exemplo:
Fez há pouco tempo 30 anos que Edwin Schur pretendeu demonstrar, num livro que se tornou célebre na literatura científica criminológica (Edwin Schur, Crimes Without Victims, 1965), que o Estado carece de legitimação para intervir com o arsenal punitivo em situações que se traduzam na permuta, sem coação e entre adultos, de bens ou serviços escassos que, embora muito procurados, são penalmente proibidos.
—Jorge de Figueiredo Dias, uma proposta alternativa ao discurso da criminalização/descriminalização das drogas, Site do Instituto Baiano de Direito Processual Penal
Estrutura da Dissertação, Introdução - Resumo para o ENEM: Redação | Descomplica







Dificuldades Ortográficas Comuns

Houve ou Houveram Houve problemas. Houve mudanças. Houve feridos. Houve reclamações. O verbo haver enquanto verbo impessoal, com sentido ...